Movimento em hospital aumentou na noite desta terça; Ivete visitou amigo.
Cantor respira por aparelhos após cirurgia para drenar hematoma no fígado.
Jorge Bastos conversou com a imprensa por volta
das 22h30 (Foto: Egi Santana/G1 BA)
Ele explicou que o paciente fez uma drenagem cirúrgica na segunda-feira (6) para remover um abcesso que foi criado no fígado. O processo foi realizado devido a uma infecção descoberta no órgão.
"No domingo [5], ele já estava fora da UTI, mas sofreu uma inflamação no hematoma que já tinha, provavelmente causado pelas bactérias do intestino. Por conta da infecção que foi causada a partir disso, teve de passar por uma drenagem no local ontem [segunda]", disse.
De acordo com o médico, por conta da intervenção cirúrgica, feita com anestesia geral, Netinho está sedado e respira com auxílio de aparelhos, processo classificado por ele como "normal". Jorge Bastos afirmou que o artista não passa por "nenhum risco iminente". Não há previsão de alta e um boletim médico deve ser divulgado na quarta-feira (8).
Na noite desta terça-feira (7), o movimento de parentes e amigos aumentou no hospital. Ivete Sangalo fez uma visita e, em mensagem de apoio postada em seu perfil no Facebook, disse que rezou com o amigo. "Estive com a familia toda, rezei ao lado dele. Todos estão numa corrente de amor e positivismo. Vamos juntos mandar o que há de melhor pra ele que amamos tanto e que vai se recuperar o mais rapido possivel!", relatou a cantora na rede social.
Netinho foi hospitalizado no dia 24 de março
(Foto: Edgar de Souza/Divulgação)
No hospital, um amigo do cantor, que não quis se identificar, disse que o estado de saúde é grave por conta de infecções. O cantor foi diagnosticado com "adenomas hepáticos benignos” e, na quarta-feira, completa 15 dias na UTI.
Segundo já informado pelos médicos, Netinho deverá retornar aos palcos dentro de cerca de 60 dias. No mês passado, Netinho foi internado no mesmo hospital após sentir fortes dores na coxa direita, ficando seis dias na unidade. Na ocasião, o cantor foi diagnosticado com “lesão aguda no músculo ilíaco direito”, disse a assessoria de imprensa na época.
Conforme recomendações médicas, Netinho foi liberado na terça-feira (23), mas precisou voltar ao hospital no dia seguinte porque sentiu, novamente, fortes dores no abdômen.
Dr. Paraná, hepatologista; Jackson Noya, clínico
geral; e Jorge Bastos, cirurgião, na coletiva
(Foto: Ruan Melo/G1)Diagnóstico
(Foto: Ruan Melo/G1)Diagnóstico
Segundo os médicos, Netinho deu entrada no hospital pela primeira vez
após sentir dores durante atividade física. "Há quinze dias mais ou
menos, ele apresentou uma dor relacionada à atividade física e foi
atendido aqui. Durante a investigação dessa dor muscular, que mostrou
ser um edema, foi realizado um exame de imagem que chamou a atenção pelo
aspecto inusitado do fígado. Começamos a fazer uma avaliação e depois
de alguns exames decidimos fazer um exame que se chama 'biópsia
hepática'", relatou Jackson Noya na coletiva do dia 30 de abril.
Após a realização da biópsia, Netinho foi liberado, mas precisou voltar
ao hospital no dia seguinte porque sentiu fortes dores no abdômen. De
acordo com Noya, uma complicação após a realização da biópsia hepática
provocou um grande sangramento. "Nesse procedimento houve um acidente,
um sangramento acima do esperado. Ele foi prontamente atendido, levado
para radioterapia e foi detectado que ele teve uma lesão em um vaso
arterial", disse.
O cirurgião Jorge Bastos explicou que foi necessário colocar um cateter
através da artéria femoral para que o sangramento fosse contido. "O que
foi feito foi um tipo de cirurgia chamada 'minimamente evasiva'. Foi
colocada uma substância altamente aderente composta de umas pequenas
esferas de plástico e, através do cateter, se entope a artéria e para o
sangramento. Houve um sucesso no controle desse sangramento e não houve
necessidade de cirurgia convencional, na qual é retirada essa parte que
foi afetada".
Segundo o clínico Jackson Noya, a complicação da biópsia hepática foi o
maior problema de Netinho. "Em relação às imagens que nos preocuparam
[antes da biópsia hepática], elas acabaram sendo muito mais benignas do
que a gente imaginava. Deve evoluir muito bem e regredir com alguns
meses", afirmou o médico.
"Essas imagens correspondem a pequenas dilatações vasculares e que não
têm nenhum potencial de malignidade. Ele vai ficar bem, vai cantar,
dançar, não vai ter nenhuma sequela", informou o hepatologista Raymundo
Paraná, que também acompanha o tratamento do cantor no hospital.
Adenomas hepáticos
O hepatologista Raymundo Paraná explicou que adenomas hepáticos são lesões benignas do fígado, que são classificadas em três tipos diferentes: 1, 2 e 3. Segundo Paraná, os adenomas hepáticos são, na maioria das vezes, causados por uso de hormônio e aparecem mais em mulheres. O diagnóstico em homens, de acordo com o hepatologista, é muito raro.
O hepatologista Raymundo Paraná explicou que adenomas hepáticos são lesões benignas do fígado, que são classificadas em três tipos diferentes: 1, 2 e 3. Segundo Paraná, os adenomas hepáticos são, na maioria das vezes, causados por uso de hormônio e aparecem mais em mulheres. O diagnóstico em homens, de acordo com o hepatologista, é muito raro.
"Normalmente, [os adenomas hepáticos] são mais encontrados em mulheres
que usam contraceptivo oral, muito raramente em homens, porque esse tipo
de adenoma, que é o mais comum, se associa ao uso de hormônios
femininos. Normalmente, é uma lesão no fígado que é benigna. Muito
raramente sofre malignização. Em homens, o adenoma é muito raro. Hoje se
torna um pouco mais comum em função de algumas práticas na academia,
por exemplo, onde se faz uso de medicamentos com testosterona. Não estou
dizendo que seja o caso do paciente, é importante dizer isso. O adenoma
em homens é um caso de absoluta exceção", afirmou.
Netinho posta foto em redes sociais em leito de
hospital (Foto: Facebook / Divulgação)
Raymundo Paraná esclareceu ainda que o risco para quem é diagnosticado
com adenomas hepáticos só ocorre caso a lesão não seja diagnosticada
precocemente porque ela pode evoluir e rompe, causando sangramento no
abdomên.
"Quando [a lesão] é diagnosticada precocemente, com a suspensão do
medicamento, pode haver regressão. Se a lesão já é grande e tem-se risco
de ruptura, faz a cirurgia para a retirada. O sintoma pode ser nenhum
até que o fígado venha a sofrer ruptura ou uma imagem em um diagnóstico
incidental mostre a lesão - o que é o ideal porque senão a evolução é
para ruptura", disse o hepatologista.
Fonte: G1