Segundo análise do jornal O Mossoroense,
na atual conjuntura política do Rio Grande do Norte o controle das
articulações está nas mãos do PMDB. Nenhuma liderança se movimenta sem
levar em consideração a possibilidade de uma aliança com o partido.
Isso se deve à posição dúbia da legenda. De um lado o ministro
Garibaldi Filho e os deputados estaduais criticam a governadora Rosalba
Ciarlini (DEM). Do outro, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique
Alves (PMDB), faz coro às críticas, mas defende a manutenção da
aliança.
Por conta desse cenário, todos esperam pelo PMDB. O caso do PT é
emblemático. A legenda abriu uma rodada de conversas com os partidos de
oposição. Já esteve com PC do B, PDT, PSB e PSD. O PMDB sempre esteve na
pauta e a expectativa sobre uma conclusão da conversa sempre terminou
condicionada à legenda.
A indefinição do PMDB é um fator que atrapalha a vice-prefeita do
Natal, Wilma de Faria (PSB). Ela fala em ser candidata a deputado
federal, mas seu desejo é disputar o Governo do Estado. Em conversas
reservadas, ela tem dito que só não disputaria a chapa majoritária se
Garibaldi não for candidato.
O PT também tem seus anseios junto ao PMDB. A legenda tem como
projeto principal em 2014 levar a deputada federal Fátima Bezerra ao
Senado. Para isso conta com o apoio peemedebista. O PT estaria disposto a
apoiar um nome do partido para o Governo do Estado em troca do apoio à
petista.
O vice-governador dissidente Robinson Faria (PSD) também está em
compasso de espera. Ele quer disputar o Governo. Tem dito que o PMDB
seria fundamental para o projeto dele. Ele já deu declarações afirmando
que estaria disposto até a abrir mão de ser cabeça de chapa para um nome
do PMDB sob o argumento de que não quer se impor como candidato.
Até mesmo partidos governistas estão à espera do PMDB. No PR, o
deputado federal João Maia já declarou que em 2013 não discute
rompimento. Todos sabem que ele vai para onde o PMDB for e está dando um
tempo.
O presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta, e Raimundo
Fernandes, que estão de saída para o PP (legenda que já anunciou que não
faz parte do governismo), tanto podem ficar com a governadora quanto
com o PMDB em caso de rompimento. Neste caso a tendência é que eles
acompanhem o PMDB porque o governo estaria enfraquecido.