A
previdência Própria Municipal, há muito tempo vem sendo a "menina
dos olhos" de muitos gestores públicos pois os mesmos estão pensando
somente nas vantagens que projeto pode trazer para as administrações
municipais onde podemos citar as principais:
* Para os
gestores é a salvação para enfrentar as dificuldades do Regime
Geral de Previdencial Social.
- A principio o município deixa de pagar 21% para o INSS e passaria contribuir com apenas 16% da folha.
- No regime próprio, o trabalhador passaria a ter direito ao aposento com paridade ao salário que recebe atualmente;
- Com ele, reduziria as filas e as dificuldades enfrentadas pelo trabalhador na hora de requerer a seguridade social;
- O município passaria a ter uma economia em suas finanças;
- Como mais pessoas passariam a requerer a aposentadoria, passaria a existir uma renovação no quadro de funcionários entre outros benefícios.
Bom, mas,
nem tudo são flores existem desvantagens e contradições
perigosíssimas. Vejam:
O ganho
sonhado pelos gestores públicos é ilusório, porque a administração
passa a ter a necessidade de ter um equilíbrio financeiro e atuarial
maior, que nada mais é do que o município ter uma reserva maior
como garantia para o pagamento de aposentadorias futuras, o que
acarretaria uma contribuição maior para compor o fundo da
previdência própria.
No
Brasil, aproximadamente 2.300 municípios já possuem previdência
própria, destes, 335 já decretaram falência e 700 estão em
análise sobre a possível condição de falência;
Infelizmente existem municípios onde os gestores se apropriam destes recursos para outros
fins, causando um prejuízo irreparável para o trabalhador.
Quando um
município com previdência própria entra em falência, nem sempre é
possível migrar para o RGPS (Regime Geral da Previdência Social).
Os
municípios se encantam, pois hoje eles podem ficar negativo com o
INSS, caso não cumpra com suas obrigações sociais. O INSS nesses
casos, pode sequestrar os recursos direto no FPM. Com a previdência
privada isso não acontece. Essa é a "menina dos olhos"
dos gestores públicos. Dar calote sem ter o perigo de ter sequestro
de bens.
Em muitos
municípios o projeto da Previdência Própria foi desativado porque
estudos técnicos apontaram que a médio prazo não se sustentaria,
por que as experiências tem sido altamente negativas.
A
implantação do Projeto da Previdência Própria no município de
Patu aconteceu de maneira rápida sem muitos debates e audiências
públicas para se discutir exaustivamente as vantagens e desvantagens
do mesmo. Na Câmara municipal a maioria os vereadores votaram no
projeto sem ter o conhecimento necessário sobre o tema em questão.
Hoje só
resta mesmo apostar no controle social do fundo da Previdência
Própria, fundo esse que vai receber os recursos descontados dos
salários dos servidores, mas, infelizmente quando se fala nos membros para compor e fiscalizar esse fundo parece
que o mundo estremece, pessoas ficam nervosas, direito de se
expressar é negado e por ai vai.
Nesse
texto foi apresentando algumas vantagens e desvantagens sobre o Plano
de Previdência Própria Municipal para que a população e os
servidores reflitam e vejam que a situação ora exposta é de risco,
pode dar certo, mas, também pode não dar errado.
A minha
opinião sobre esse Plano de Previdência Municipal é que ele coloca em risco a
estabilidade e a segurança previdenciária de centenas de servidores
municipais, queira Deus que no futuro alguém esteja me criticando por
essa opinião que tenho sobre esse tema. Vamos aguardar o tempo é o senhor das repostas.
Aluísio
Dutra de Oliveira (Redator do Blog A Folha Patuense).